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A constituição do desejo de maternidade e paternidade faz parte da cadeia simbólica constitutiva da própria identidade do sujeito. Nascemos emaranhados numa teia de desejos maternos e paternos (conscientes e inconscientes) , carregando as marcas de estarmos perfilhados a uma trama simbólica, que transcende a biologia, mas que através desta, revela nosso pertencimento a uma família, uma geração, a um lugar no mundo. A parentalidade transcende, indubitavelmente a biologia, contudo ser pai e mãe, num mais além da biologia, requer a elaboração e a (re)construção do tecido que reveste esta temática na singularidade de cada sujeito e de cada casal, principalmente, se este "mais além", se torna o único caminho diante da impossibilidade biológica.

Um casal que procura auxílio médico por não estar conseguindo gerar, traz consigo um universo de motivações, muitas delas inconscientes, a respeito do que significa querer ter um filho. Muitos chegam pressionados pela família, pelo seu entorno social, sem saberem ao certo a diferença entre demanda de filho e desejo de ter uma criança. Entrar no campo do desejo é trilhar a história singular de cada indivíduo e buscar nela o significado de seus mais profundos anseios. O efeito provocado pela infertilidade em cada indivíduo e em cada casal, advirá da especificidade da personalidade de cada um e do que representa em sua história o desejo de ter um filho. A demanda de filho estaria relacionada à necessidade de gerar uma criança como solução para conflitos. Por exemplo, sujeitos que buscam o filho com a fantasia de se tornarem completos, de duplicação, de conservação de uma imagem idealizada deles mesmos como seres onipotentes. Aqui, as novas técnicas de reprodução assistida (fertilização in vitro, inseminação artificial) tão amplamente buscadas atualmente, podem estar a serviço de ideais narcisistas, principalmente na época em que vivemos, onde reina o mundo das imagens, da exigência da satisfação imediata e a qualquer preço, da eliminação das diferenças e da intolerância em relação aos limites. O filho pode estar sendo buscado também como forma de reparar conflitos conjugais, ou de satisfazer o meio social, ou de aliviar uma depressão; nestes casos o desejo não é de ter um filho, mas ser mãe (ou pai) e tentar sanar feridas narcisistas.

 

O desejo de filho provém do amor maduro entre duas pessoas, os quais podem desejar a criança em si mesma, dando-lhe um sentido de individuação. É claro que o desejo primitivo de aperfeiçoar-se através do filho, de imortalidade, está presente dentro da "normalidade" em praticamente todos os indivíduos, contudo a diferença reside no fato dos pais conseguirem discriminar o filho como alguém separado deles e não desejá-lo como mera extensão.

 

A infertilidade a partir dos obstáculos que impõe e do impacto que provoca no psiquismo humano nas relações conjugais e sociais, convoca o debate à cerca da filiação e da trama simbólica que a constitui. Este debate é o que pretendemos realizar com este curso.

 



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As crises do desenvolvimento do bebê
As crises do desenvolvimento do bebê

Assim como na adolescência, os bebês têm crises no primeiro ano de vida

 
 
 
 
As crises do desenvolvimento do bebê — SXC

Em alguns períodos, o bebê fica irritado, dorme pouco e não aceita outra pessoa que não seja a mãe. Muitos podem pensar que é birra. Mas, em geral, são as chamadas crises do desenvolvimento, que duram em média 15 dias. "Elas são importantes, pois, dependendo de como se trabalha com ela, a criança pode crescer ou regredir", aponta Leonardo Posternak, pediatra e membro da Comissão de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria.

É importante que os pais estejam preparados para não confundi-las com alguma doença e medicar o bebê sem necessidade. "A manifestação clínica é sempre a mesma. Ele chora sem motivo, apresenta alterações do apetite, do sono e dependência absoluta da mãe", explica o pediatra. Segundo ele, as três crises mais importantes do bebê são:

Fim da simbiose – Acontece entre o terceiro e quarto mês. "Ele ainda não reconhece a mãe, mas percebe que precisa de outra pessoa para ser cuidado", explica.

Angústia da separação – Ocorre entre o sétimo e o nono mês e é a mais intensa. "Ele percebe pela primeira vez que é um indivíduo e a mãe é outro", aponta. Assim, o bebê tem a fantasia de que pode perder a mãe a qualquer momento. Acordar diversas vezes é o sintoma mais forte, e ele só se acalma com a presença da mãe. Mães que trabalham fora costumam se culpar, mas isso é um mito. "Nessas horas, não ofereça alimento, pois ele vai se habituar a comer quando a questão é outra", alerta o pediatra.

Ambivalência – Quando ele começa a andar, com mais ou menos um ano. "O bebê se encanta com a independência, mas tem medo pela suposta perda da dependência", diz. É comum que o bebê caminhe, olhe para os pais e peça colo.

Como lidar com as crises do bebê

Para Mariângela Mendes de Almeida, coordenadora do núcleo de atendimento a pais e bebês do setor de saúde mental do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o importante é que o bebê se sinta acolhido.

Segundo ela, os pais devem evitar ficar ansiosos. "Isso vai ensiná-lo a se acalmar", aconselha.